terça-feira, 11 de março de 2014

GARIS, MPL E A AUTO-ORGANIZAÇÃO DO POVO

Nesta semana em que a Greve dos Garis sacudiu o Rio de Janeiro meu amigo Gabriel de Barcelos escreveu uma reflexão bastante interessante sobre novas formas de organização que verificamos na história recente. Reproduzo o texto abaixo. Boa leitura! ---

Garis, MPL e a auto-organização do povo

Em 2013, milhões de pessoas foram as ruas, reacendendo as lutas sociais e auxiliando na capacidade organizativa das mobilizações. Além disso, houve uma conquista objetiva contra o aumento das passagens em dezenas de cidades no país.

Isso só foi possível pois o MPL era um movimento autônomo, sem comprometimento com o Estado, o Capital e com as estruturas carcomidas da burocracia militante tradicional, hierárquica e centralizada. Mesmo tendo havido uma abertura para novas pautas, o MPL manteve um foco na luta contra o aumento, produzindo resultados importantes. Ou seja: foi um movimento vitorioso tanto em conquistas objetivas, como em seus desdobramentos subjetivos nas lutas de forma geral.

No Carnaval de 2014, os garis tocam uma greve à revelia de um sindicato pelego, comprometido com a Prefeitura do RJ e aliado da grande mídia. Conseguiram uma vitória histórica, numa mobilização que marca este início de ano e que provavelmente será sempre lembrada.

Ato dos garis no Rio
Estes fatos marcam uma tendência que vem se revelando não só no Brasil, como no mundo: a luta auto-organizada do povo, de forma descentralizada, onde os atores não são mais “massa de manobra” de uma direção, mas participantes ativos de todo o processo.

Este ano de 2014 promete. E tudo o que virá depois. Não podemos adivinhar a história. Mas creio que aqueles que ainda estão presos às velhas estruturas ficarão para trás.

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