terça-feira, 1 de agosto de 2017

EU APOIO A CONSTITUINTE VENEZUELANA

Eu sempre tenho posição refratária a conflitos armados porque sempre representam prejuízo à classe trabalhadora.

Nunca é uma posição fácil levantar e abaixar armas - ainda mais quando isso depende da política (vide o caso colombiano), mas a direita venezuelana deve ser tratada à altura da sua aventura golpista.

Eu avalio que o caminho constituinte foi uma tentativa de repactuar, evitando colocar as armas em jogo, mas a direita se negou, boicotou, radicalizou e agora encena um espetáculo para justificar golpe, intervenção externa, guerra civil.

A direita abomina a democracia; o povo complica seus planos. Se ela for vitoriosa, acontece como no Brasil e depois não veremos nenhum defensor de direitos humanos de ocasião, como o Trump, pra combater a agenda de retrocessos que a burguesia quer impor à Venezuela.

Falando no Golpe de 2016, ele contribuiu fortemente para a desestabilização que vemos agora: o petismo perdeu poder de Estado para evitar o isolamento e negociar uma saída democrática ao mesmo tempo em que perdia a hegemonia entre os governos progressistas no continente. Além disso, com o endireitamento da diplomacia brasileira, a corja tucana ficou livre para sabotar o governo Maduro.

A crise venezuelana tem consequências na esquerda latino-americana porque vamos ter que apoiar o (chamado) autoritarismo, algo que não concordamos como princípio, ou a destruição das conquistas sociais, soberania e patrimônio da classe trabalhadora venezuelana.

Golpismo não é nem nunca foi oposição. Oposição não derruba governo. A Constituinte de Maduro é, antes de tudo, uma reação.

E como o problema é no nosso quintal, não posso me esquivar. Apoio a Constituinte Venezuelana!